quinta-feira, 24 de março de 2011

O Iluminismo

O Iluminismo surgiu na França do século XVII e propunha o domínio do pensamento racional sobre o teocentrismo (Deus no centro de todas as explicações) que predominava na Europa desde a época Medieval. De acordo com os filósofos iluministas, esta forma de pensamento tinha o propósito de jogar luzes nas trevas em que se encontrava grande parte da humanidade. Fizeram também uma forte crítica ao absolutismo ao defenderem a liberdade econômica, política e social.

Século das Luzes

A apogeu deste movimento foi atingido no século XVIII, e, este, passou a ser conhecido como o Século das Luzes. O Iluminismo foi mais intenso na França, onde influenciou a Revolução Francesa através de seu lema: Liberdade, igualdade e fraternidade. Também teve influência em outros movimentos sociais como na independência das colônias inglesas na América do Norte e na Inconfidência Mineira, ocorrida no Brasil. Para os filósofos iluministas, o homem era naturalmente bom, porém, era corrompido pela sociedade com o passar do tempo. Eles acreditavam que se todos fizessem parte de uma sociedade justa, com direitos iguais a todos, a felicidade comum seria alcançada. Por esta razão, eles eram contra as imposições de caráter religioso, contra as práticas mercantilistas, contrários ao absolutismo do rei, além dos privilégios dados a nobreza e ao clero. Os burgueses foram os principais interessados nesta filosofia, pois, apesar do dinheiro que possuíam, eles não tinham poder em questões políticas devido a sua forma participação limitada. Naquele período, o Antigo Regime ainda vigorava na França, e, nesta forma de governo, o rei detinha todos os poderes. Outra forma de impedimento aos burgueses eram as práticas mercantilistas, onde, o governo interferia ainda nas questões econômicas. No Antigo Regime, a sociedade era dividida da seguinte forma: Em primeiro lugar vinha o clero, em segundo a nobreza, em terceiro a burguesia e os trabalhadores da cidade e do campo. Com o fim deste poder, os burgueses tiveram liberdade comercial para ampliar significativamente seus negócios, uma vez que, com o fim do absolutismo, foram tirados não só os privilégios de poucos (clero e nobreza), como também, as práticas mercantilistas que impediam a expansão comercial para a classe burguesa.


Principais filósofos iluministas:

John Locke: (1632-1704), ele acreditava que o homem adquiria conhecimento com o passar do tempo através do empirismo;

Voltaire: (1694-1778), ele defendia a liberdade de pensamento e não poupava crítica à intolerância religiosa;

Jean-Jacques Rousseau: (1712-1778), ele defendia a idéia de um estado democrático que garanta igualdade para todos;

Montesquieu: (1689-1755), ele defendeu a divisão do poder político em Legislativo, Executivo e Judiciário;

Denis Diderot: (1713-1784) e Jean Le Rond d´Alembert (1717-1783), juntos organizaram uma enciclopédia que reunia conhecimentos e pensamentos filosóficos da época.

Bento de Espinosa: (1632–1672) - defendeu principalmente a ética e o pensamento lógico;

David Hume: (1711-1776) - foi um importante historiador e filósofo iluminista escocês. Refutou o princípio da casualidade e defendeu o livre-arbítrio e o ceticismo radical.

Adam Smith: (1723-1790) - economista e filósofo inglês. Grande defensor do liberalismo econômico.

Immanuel Kant: (1724-1804) - importante filósofo alemão, desenvolveu seus pensamentos nas áreas da epistemologia, ética e Metafísica.

Benjamin Constant: (1767-1830) - escritor, filósofo e político francês de origem suíça. Defendeu, principalmente, ideal de liberdade individual.

Voltaire

Voltaire era o pseudônimo (apelido) de François-Marie Arouet. Foi um importante ensaísta, escritor e filósofo iluminista francês. Nasceu na cidade de Paris, em 21 de novembro de 1694 e morreu, na mesma cidade, em 30 de novembro de 1778. Durante sua vida escreveu diversos ensaios, romances, poemas e até peças de teatro. Voltaire fazia parte de uma família nobre francesa. Estudou num colégio jesuíta da França, onde aprendeu latim e grego. Em 1713, foi designado como secretário da embaixada da França na cidade de Haia (Holanda). Em 1726, em função de uma disputa com um nobre francês, foi preso na Bastilha por cinco meses. Libertado, foi exilado na Inglaterra, onde viveu na cidade de Londres entre os anos de 1726 e 1728. Retornou para a França em 1728 e começou a divulgar idéias filosóficas, desenvolvidas na fase que viveu em Londres. Estas idéias baseavam-se, principalmente, nos pensamentos de Newton e John Locke. Em 1734, publicou uma de suas grandes obras, Cartas Filosóficas, em que defende a liberdade ideológica, a tolerância religiosa e o combate ao fanatismo dogmático. Em 1742, viajou para a cidade de Berlim, onde foi nomeado historiógrafo, acadêmico e cavaleiro da Câmara Real. Em função de conflitos, precisou sair da Alemanha e foi morar na Suíça. Retornou para Paris em 1778, onde morreu neste mesmo ano, no dia 30 de maio.

Pensamento e idéias defendidas:

· Voltaire foi influenciado, no campo da idéias, pelo cientista Isaac Newton e pelo filósofo John Locke.

· Defendia as liberdades civis (de expressão, religiosa e de associação).

· Criticou as instituições políticas da monarquia, combatendo o absolutismo.

· Criticou o poder da Igreja Católica e sua interferência no sistema político.

· Foi um defensor do livre comércio, contra o controle do estado na economia.

· Foi um importante pensador do iluminismo francês e suas idéias influenciaram muito nos processos da Revolução Francesa e de Independência.

Frases de Voltaire:

-"É difícil libertar os tolos das amarras que eles veneram".
-"Todo aquele que desconfia, convida os outros a traí-lo."
- "O abuso da graça é afetação; o abuso do sublime, absurdo. Toda perfeição é um defeito."
- "O valor dos grandes homens mede-se pela importância dos serviços prestados à humanidade."
- "A guerra é o maior dos crimes, mas não existe agressor que não disfarce seu crime com pretexto de justiça."
- "Encontra-se oportunidade para fazer o mal cem vezes por dia e para fazer o bem uma vez por ano."
- "Que Deus me proteja dos meus amigos. Dos inimigos, cuido eu."
- "O preconceito é uma opinião não submetida a razão."
- "Tenho um instinto para amar a verdade; mas é apenas um instinto."
- "A primeira lei da natureza é a tolerância; já que temos todos uma porção de erros e fraquezas." .

Principais obras de Voltaire :

Édipo, 1718_ Mariamne, 1724_ La Henriade, 1728 _ História de Charles XII, 1730

Brutus, 1730_ Cartas filosóficas, 1734_ Mondain, 1736_ Epître sur Newton, 1736

Tratado de Matafísica, 1736_ O infante pródigo, 1736_ Zulime, 1740_ Zadig ou o destino, 1748

Elementos da Filosofia de Newton, 1738_ Le monde comme il va, 1748_ Micrômegas, 1752

Nanine, ou le Péjugé vaincu, 1749_ O século de Luis XIV, 1751_ Tancredo, 1760

Essai sur les mœurs et l'esprit des Nations, 1756_ Histoire des voyages de Scarmentado écrite par lui-même, 1756_ Le Caffé ou l'Ecossaise, 1760

Histoire d'un bon bramin, 1761

La Pucelle d'Orléans, 1762

Tratado sobre a tolerância, 1763

Dicionário filosófico, 1764

Jeannot et Colin, 1764

Petite digression, 1766

O ingênuo, 1767

A princesa da Babilônia, 1768

Questions sur l'Encyclopédie, 1770

Le Cri du Sang Innocent, 1775

Dialogues d'Euhémère, 1777

Irene, 1778

Agathocle, 1779

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Trabalho de Intermatica _1°Bimestre - 2011


O Absolutismo na Dinastia Stuart e na Dinastia Tudor

O Absolutismo na Inglaterra teve início após a guerra das Duas Rosas. Essa guerra foi uma luta entre duas famílias nobres – o Lancaster e os York -, apoiadas por grupos rivais da nobreza. A guerra terminou com a ascensão de Henrique Tudor, apoiado pela burguesia.O novo monarca subiu ao trono com o nome de Henrique VII e fundou a dinastia Tudor. Seu reinado foi de 1485 a 1509.

Henrique VIII, segundo rei da dinastia, governou até 1547 e conseguiu impor suaautoridade aos nobres, com o auxílio da burguesia. Fundador do anglicanismo, seu rompimento com a Igreja católica permitiu-lhe assumir o controle das propriedades eclesiásticas na Inglaterra.

A rainha Elizabeth I, que reinou de 1558 a 1603, conseguiu aumentar ainda mais o poder real. Completou a obra de Henrique VIII, seu pai, consolidando a Igreja anglicana e perseguindo os adeptos de outras religiões. Foi durante seu reinado que teve início a colonização inglesa na América do Norte.


Elizabeth morreu sem deixar herdeiros e, por isso, subiu ao trono seu primo Jaime I, que deu início à dinastia Stuart. Durante seu reinado, que foi de 1603 a 1625, continuou a perseguição aos adeptos de outras religiões, muitos dos quais acabaram emigrando para a América do Norte.



Carlos I, filho e sucessor de Jaime I, subiu ao trono em 1625. Seu reinado, do mesmo modo que o de seu pai caracterizou-se pelo absolutismo e pelas perseguições religiosas.

Em 1642, os parlamentares e os burgueses iniciaram uma guerra contra o rei. Liderados por Oliver Cromwell, derrotaram Carlos I. Cromwell assumiu o poder com o título de “Lorde Protetor “e governou de 1649 a 1658.

Em 1651, Cromwell lançou o Ato de Navegação, que limitava a entrada e saída de
mercadorias da Inglaterra aos navios ingleses e aos navios dos países produtores ou consumidores; com isso, prejudicava o comércio intermediário praticado pelos holandeses. A partir de então, a Inglaterra passou a ser a grande potência marítima mundial, posição que manteve até o fim da Primeira Guerra Mundial, já no século XX.

Dois anos após a morte de Cromwell, ocorrida em 1658, o governo voltou às mãos dos Stuart. Com isso, a Inglaterra teve mais dois soberanos de tendências absolutistas: Carlos II, que reinou de 1660 a 1685 e Jaime II, de 1685 a 1688.

Além de Ter tendências absolutistas, Jaime II era católico declarado. E seria substituído no trono pelo filho que tivera com sua segunda esposa, também católica. Com a primeira esposa, que era protestante, Jaime II só tivera duas filhas.

O Parlamento, temendo a volta ao catolicismo e ao absolutismo, uniu-se e resolveu “convidar” o príncipe holandês Guilherme d’Orange, casado com Maria Stuart, filha mais velha de Jaime II, a invadir a Inglaterra e depor o rei, “a fim de restabelecer a liberdade e proteger a religião protestante “.

Em novembro de 1688, Guilherme desembarcou na Inglaterra com um exército de 14.000 homens, marchou sobre Londres e ocupou-a sem disparar um só tiro. Jaime II fugiu para a frança, e Guilherme foi coroado rei com nome de Guilherme III. Essa revolução, ocorrida sem derramamento de sangue, denominou-se Revolução Gloriosa.

O novo rei, ao ser coroado, teve de jurar a Declaração de Direitos, que assegurava ao Parlamento o direito de aprovar ou rejeitar impostos, garantia a liberdade individual e a propriedade privada. A Declaração de Direitos estabelecia também o princípio da divisão de poderes.

Com a revolução gloriosa, a burguesia, tendo o poder nas mãos, passou a promover o econômico da Inglaterra.